Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) participa da Primavera dos Museus proposta pelo IBRAM

18 de setembro de 2021

De segunda (20) até a próxima sexta-feira (24), o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) participará da 15ª Semana dos Museus, proposta em todo o país pelo IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus. O tema escolhido este ano é “Museus: Perdas e Recomeços”, fazendo um convite para que se reflita sobre a função e o papel dessas instituições neste contexto de mudanças relacionado à Covid-19. A programação se desenvolverá a partir do MAPP, respeitando os protocolos sanitários vigentes, e será transmitida virtualmente pela Coordenadoria de Comunicação (CODECOM), no canal Rede UEPB, via Youtube.
A abertura do evento acontece às 18h, por meio da performance artística “Reverência à Lili”, com o ator e professor do Centro Artístico (CAC) da UEPB, Chico Oliveira. Em seguida se dará a mesa que intitula a Semana, “Museus: Perdas e Recomeços”. Coordenada pela direção do MAPP, a iniciativa fará uma homenagem aos artistas que faleceram em decorrência da pandemia pelo Novo Coronavírus.
Na terça-feira (21), às 18h, ocorrerá uma performance de Dança Contemporânea. No dia seguinte, quarta-feira (22), o Museu traz uma interação artística com Sócrates Gonçalves, denominada “Caricaturas da Vida”. Já na quinta-feira (23), às 18h, terá vez uma intervenção artística. Finalizando o evento, na sexta-feira (24), será apresentada a exposição “Nise da Silveira: uma vida para o nosso tempo”. Na sequência, haverá uma exibição da Orquestra Filarmônica Epitácio Pessoa.
Para o diretor do MAPP e pró-reitor adjunto de Cultura, professor José Pereira da Silva, como pontos de convergência do pensamento, da fruição da beleza, da criatividade e das mais variadas experiências, sejam sociais, históricas ou artísticas, os museus possuem essa característica de reinvenção, configurando-se, igualmente, como apoio da sociedade, como lócus coletivo de superação. “Então a Semana dispõe dessa tônica de retomada, de pensar a respeito disso e imaginar de que maneira os museus podem colaborar nessa reconstrução”, explicou.
Nise em cartaz
Um dos destaques da programação é sem dúvida a exposição fotográfica “Nise da Silveira: uma vida para o nosso tempo”, realizada através do Departamento de Psicologia da UEPB. No momento, exclusivamente esta exposição pode ser vista de modo presencial no Museu, em grupos de até 10 pessoas, mediante agendamento via Instagram do MAPP. Para isso, são feitos todos os procedimentos necessários, a exemplo de distanciamento, utilização de álcool em gel e aferição de temperatura, entre outros.
Dividido em cinco narrativas, o material percorre a existência de Nise, pioneira no processo da reforma psiquiátrica no Brasil. Assim, “Nise da Silveira: uma vida para o nosso tempo” traz a obra e a vida dela para o debate contemporâneo, notadamente agora, quando tanto se fala da importância da saúde mental no chamado “pós-pandemia”.
A exposição, aliás, é muito oportuna dentro do panorama sugerido pelo IBRAM, das perdas e recomeços, e de como os museus e a arte podem contribuir para isso, já que, para Nise, o processo de cura muitas vezes vinha acompanhado da livre expressão dos sentimentos e do inconsciente, por meio das práticas artísticas e também corporais.
Mulher à frente de seu tempo, Nise formou-se em 1926 pela Faculdade de Medicina da Bahia. Dona de uma personalidade controversa, em sua trajetória precisou enfrentar o machismo, o preconceito e a resistência às suas ideias vanguardistas. Ela revolucionou a psiquiatria, humanizando a forma como os doentes mentais eram tratados – foi considerada rebelde porque não aceitava os tratamentos agressivos aplicados na época, como as internações, os eletrochoques e a lobotomia.
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Texto: Oziella Inocêncio