Última edição do Palco do Choro em 2018 leva músico Guga Rocha ao Museu de Arte Popular da Paraíba

19 de dezembro de 2018

Na próxima sexta-feira (21), às 19h, o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, trará o músico Guga Rocha, inserido no Projeto Palco do Choro. A última edição da iniciativa, em 2018, terá entrada franca, como de costume, e contará com a participação especial de Lissandra Rocha.
Guga Rocha é sound designer e músico. A experiência musical do artista data da infância, posto que já tocava com seus pais em apresentações de Samba e Choro, período em que desenvolveu uma relação afetiva com o gênero. Natural da Rainha da Borborema, ele destaca que a cidade tem grande importância em sua formação musical. Guga também frequentou as rodas de Choro realizadas na casa de Duduta, tendo tocado em sua primeira banda.
No decorrer da carreira, Guga experimentou muitas vivências musicais. Participou de diversas bandas, passeando por variados estilos, a exemplo de Axé, Reggae e Rock, entre outros. Em 2007 mudou-se para Recife (PE), onde trabalhou com o som no Cinema; paralelamente continuou indo a locais em que o Choro era a estrela maior, até que, em 2013, criou junto com colegas músicos o Grupo Seu Rocha.
Em 2014, devido a outras práticas e afazeres, necessitou se dividir entre Belém (PA) e Recife. A temporada, conforme relata, foi muito rica do ponto de vista artístico, dado que conheceu uma série de gêneros e profissionais do Choro Jazz, da Guitarrada e do Carimbó, o que fez com que observasse o Choro sob um olhar mais fluido, novo e apaixonado. Assim, absorvendo inúmeras influências dos mais diferentes rincões do Brasil e do mundo, através de pesquisas, igualmente, bem como entendendo o Choro por outros enfoques, Guga Rocha estará no MAPP presenteando a plateia com uma exibição sortida e imaginativa, baseada no improviso genial que é peculiar ao Choro.
Mil pessoas no Palco do Choro em 2018
Para o músico e professor de Música Hermes Filho, integrante do Grupo Chorata e um dos coordenadores do Projeto Palco do Choro, este ano foi sobremodo satisfatório para a iniciativa. Ele contou que as atividades serão retomadas após o Carnaval de 2019 e que em média mil pessoas estiveram no MAPP durante as apresentações de 2018. Hermes pontuou que a atividade já faz parte do calendário cultural de Campina. “Inclusive é reconhecida por artistas de vários estados do Brasil, pois através da mídia digital nossos shows são divulgados, sempre recebendo avaliações positivas. O Grupo Chorata se sente gratificado por fazer parte de algo tão relevante, onde nos incluímos como promotores da música instrumental, defendendo o Chorinho como a primeira música genuinamente nacional”, revelou.
Hermes salientou que o principal objetivo do Palco do Choro é a divulgação, com a intenção de preservar o gênero, “o melhor da nossa música”. Ele enfatizou que através do Projeto também é disseminado para a população o talento dos artistas locais, visto que cada edição homenageia um músico, seja individualmente ou em grupo. “Temos vários artistas, bons instrumentistas, que são desconhecidos do grande público, abrindo assim um leque de opções no mercado de trabalho nessa área. Muitos são oriundos do Curso de Música da Universidade Federal de Campina Grande, outros advêm de escolas privadas e são bastante capacitados para a profissão”, explanou.
Outro aspecto endossado por Hermes se refere à grande diversidade de instrumentos que brilharam no Projeto, a exemplo do Trombone, Acordeom, Fole de Oito Baixos, Cavaquinho, Flauta, Clarinete, Bandolim, Saxofone e Violoncelo, além dos instrumentos tradicionais do Choro: Violão de Seis Cordas, Violão de Sete Cordas, Cavaquinho e Pandeiro.
UEPB e Chorata
Assim, diante de todo o envolvimento da UEPB no que trata da propagação e conservação do Chorinho, Hermes parabenizou a Instituição por apoiar a iniciativa desde o começo, em 2016, e coordená-la junto com o Grupo Chorata. “O ótimo resultado que obtivemos é graças ao trabalho em equipe, à Pró-Reitoria de Cultura da UEPB, aos funcionários do Museu e aos voluntários que se propõem a doar um pouco de seu tempo em prol da música instrumental do País”, disse.
Ele acrescentou que duas apresentações se destacaram em 2018. A primeira foi a homenagem a Duduta, feita um mês após o falecimento do músico. A outra concerne à participação de Lissandra Rocha, ocorrida em julho. “O evento que teve Duduta como tema foi emocionante por ele ser fundamental para o Choro, um artista notável, admirado em todo Brasil. Já o show de Lissandra foi sensacional. Ela nos agraciou com um repertório de Chorinhos cantados, relembrando grandes sucessos, como Carinhoso e Naquele Tempo, de Pixinguinha, Flor Amorosa, de Joaquim Calado, considerado o primeiro Choro brasileiro, Doce de Coco, de Jacob do Bandolim, entre outros”, assinalou.
Foto: Arquivo Pessoal