Curso de Dança de Salão do Centro Artístico Cultural da UEPB traz saúde e equilíbrio para participantes

4 de abril de 2019

Se você quiser afastar a depressão, chame-a para dançar, porque ela não gosta. O conselho é de Laline Pinheiro Tavares, 63 anos, que faz o Curso de Dança de Salão do Centro Artístico Cultural (CAC) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande. Após o falecimento de um filho, Laline, que trabalha no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), via o passar das horas com melancolia e uma tristeza que não queria ir embora.
“Não cheguei a me consultar com um médico, porque encontrei essa verdadeira terapia quando amigas me contaram a respeito do Curso. Estava me sentindo sozinha também e procurava algo que ocupasse a minha mente e meu corpo de uma maneira saudável, que me afastasse dos problemas e fosse um motivo a mais para sair de casa e ver as pessoas”, afirma. E lá se vão quatro anos fazendo parte da atividade, várias novas amizades conquistadas e o pensamento de continuar com as práticas no CAC.
Laline integra um grupo que só cresce no Centro Artístico: hoje são cerca de 450 alunos matriculados no curso de Dança de Salão e a demanda pelas inscrições aumenta anualmente. As aulas das sete turmas acontecem em um amplo espaço, na sede do CAC, localizada no Centro de Campina, nas terças e quintas-feiras, no período da tarde, tendo como professores Julierme Lúcio, Paulo Sérgio e Roberto Almeida.
A faixa etária é dos 15 aos 90 anos, todavia, como a prevalência dos estudantes é a partir de 60 anos, o curso já ganhou a alcunha de “Dança de Salão para a Terceira Idade”. “Mas recebemos inscrições de todas as idades”, atalhou a diretora do Centro, Patrícia Lucena. Ela explica que o êxito da iniciativa se deve ao fato de que é um ambiente de positividade e bem estar. “Os estudantes conversam, se distraem, aproveitam o jardim do Centro, nos intervalos, para colocar o papo em dia. Também é um espaço em que eles se sentem independentes, livres, bem acolhidos”, ressaltou.
As aulas são tão concorridas que alguns estudantes vêm de outras localidades para assisti-las. “Eles são de Queimadas, Lagoa de Roça, Lagoa Seca, Jenipapo… Em Campina são de pontos como Alto Branco, Bodocongó, José Pinheiro, Conceição”, acrescentou Patrícia.
A aeróbica das emoções
Aos poucos incorporada aos módulos de atividade física, por configurar-se como aeróbica, sendo muitas vezes uma recomendação médica com o intuito de amenizar sintomas de algumas doenças, a exemplo de hipertensão, obesidade e osteoporose, a Dança também é um vetor de alegria. É o que contam os docentes do curso, Julierme, Paulo e Roberto. “Dançar traz motivação, alinha a postura, melhora a autoestima como um todo”, diz Paulo.
Para Julierme, a prática, igualmente, traz uma maior consciência corporal. “Passamos muito tempo hoje conectados, preocupados, ansiosos, usamos muito a mente o tempo todo. Dançar, como qualquer outra ação centrada no corpo, nos faz lembrar que somos um organismo completo e não apenas uma cabeça ambulante”, enfatizou. Já Roberto aponta vários ganhos concretos no dia a dia para os que aceitam o convite de entrar no ritmo. “Flexibilidade, agilidade e equilíbrio são alguns benefícios reais e sentidos rapidamente. Também é uma forma de se expressar e de socializar. Quem assiste a uma de nossas aulas se impressiona com a animação de todos”, garantiu.
Informações acerca do Curso, que é gratuito e aberto a toda a população, além de demais esclarecimentos sobre outras iniciativas do Centro Artístico Cultural da UEPB, podem ser adquiridos por meio do telefone (83) 3310-9719.
 
Fotos: Arquivo/Procult