Bloco da Cinquentinha atrai grande número de foliões para brincar Carnaval no Centro de Campina Grande

16 de fevereiro de 2018


Muito confete, serpentina, fantasias e frevo deram o tom do desfile da Cinquentinha, bloco de Carnaval da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que saiu na tarde da última sexta-feira (9), em Campina Grande. Já bastante prestigiado pela comunidade acadêmica, o bloco, que participa da festa pelo terceiro ano e é realizado pela Pró-Reitoria de Cultura (Procult), ganhou dezenas de foliões no Centro da cidade.
A concentração do Cinquentinha teve como sede o Centro Artístico Cultural da UEPB, situado por trás dos Correios. Assim, bem antes das 17h, quando estava prevista a saída do bloco, dezenas de participantes se aglomeraram no CAC, onde havia uma estrutura montada, com música, decoração temática e o Espaço Kids, destinado às crianças. No local, o pula-pula, o algodão-doce e a pipoca gratuitos fizeram a alegria dos infantes.
Este ano, o bloco teve como tema “… a nossa vida é um Carnaval!” e prestou uma homenagem a um dos mais importantes compositores de frevo da história da música popular brasileira, Capiba (1904-1997). O desfile pelas ruas centrais da Rainha da Borborema foi capitaneado pelo coordenador de eventos da Procult, Alberto Alves, sendo um dos maiores destaques a Orquestra de Frevo Jovens da Borborema, com o maestro e professor do CAC, Jomar Souza, além de outros docentes do Centro, a exemplo de Erivan Ferreira, que se juntaram na execução das marchinhas, compondo uma percussão potente e variada. Nesse sentido, executou-se a ideia de que todos os professores do CAC participassem, e que, cada um na sua esfera artística (dança, teatro, música e artes plásticas), exibisse seu talento inserido na folia.
Outro destaque da celebração de Momo foram os participantes da Universidade Aberta à Maturidade (UAMA) da UEPB, que trouxeram muito mais brilho e animação à festa. Também se fizeram presentes a Companhia de Projeções Folclóricas Raízes, o Grupo de Teatro Heureca, o Grupo de Tradições Populares Acauã da Serra, o Grupo de Ballet da UEPB, a Cia Livre de Dança, a Lapinha Menino Jesus, a Escola de Samba Unidos da Liberdade, a La-Ursa e o Bumba Meu Boi Racionais, provenientes do bairro Rosa Mística.
O reitor da UEPB, Antonio Guedes Rangel Junior, ressaltou que o bloco vem crescendo a cada ano e a expectativa é que em 2019 sejam feitas diversas parcerias institucionais para que ele se consolide cada vez mais no calendário das festividades do período. “O Cinquentinha começou timidamente, nas instalações da Universidade, em Bodocongó, com a premissa de preservar a história do Carnaval, não apenas como uma festa, mas como uma cultura milenar, e ganhou as ruas do Centro nesta edição, juntando-se às demais iniciativas que vêm se fortalecendo em Campina. A receptividade foi excelente. O carnaval de rua, tradicional, é uma prática de resistência, de espontaneidade, de improvisação e, sobretudo, de expressão dos sujeitos envolvidos. É uma satisfação para a UEPB estar ativamente nesse contexto, dando a sua contribuição”, explicou.
Êxito diferenciado
Para o pró-reitor de Cultura, José Cristóvão de Andrade, a participação maciça da população externa à Universidade, mais efetiva este ano, conferiu um êxito diferenciado ao Bloco. “A união com os movimentos culturais locais demonstra todo um alinhamento da UEPB e um compromisso com o verdadeiro carnaval de Campina para a preservação dele e de todas as manifestações artísticas das comunidades. Agradecemos muito aos grupos que vieram e ao apoio de todos, além da presença da esfera acadêmica, sempre em grande número, e dos profissionais que fazem a Procult”, enfatizou. Andrade ressaltou ainda o auxílio do Solidarium – Instituto de Arte, Cultura e Cidadania, que realiza iniciativas como o Bloco da Saudade e o Festival de Inverno de Campina Grande, e da idealizadora do Instituto, Eneida Agra Maracajá, entusiasta da retomada dos antigos carnavais na cidade.
O pró-reitor adjunto de Cultura, José Benjamim Pereira Filho, idealizador do Bloco da Cinquentinha, apontou que a atividade se coaduna com a missão da UEPB, de estar integrada a aos anseios do povo, de fazer parte do convívio cotidiano da arte feita na cidade e no Estado, conferindo suporte para que apareça, que tenha lugar privilegiado. “O Cinquentinha foi pensado com muito carinho para homenagear os 50 anos da Instituição e para dar mais vigor à mobilização dos autênticos blocos de carnaval que Campina já tem e vem ganhando no decorrer dos anos. O Carnaval traz o povo para a rua, mostra que a cidade é do povo, chama o povo para que se aproprie do que é dele. O Bloco está crescendo e nessa década (dos 50) seguirá com esse nome. Quando a UEPB completar 60 anos talvez mudemos para Sessentinha”, brincou.
Fotos: Hugo Tabosa e Uirá Agra