Ações culturais da UEPB em 2018 promoveram democratização das manifestações artísticas populares

7 de janeiro de 2019

Um ano de valorização e democratização das manifestações artísticas, notadamente as de caráter popular, com novos projetos e parcerias reafirmadas. Assim definiu 2018 o pró-reitor de Cultura da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), José Cristóvão de Andrade. O professor enfatizou que, apesar das enormes dificuldades impostas pelo Governo do Estado, através de um orçamento cada vez mais insalubre, a Instituição seguiu com seus propósitos na defesa da criatividade na região, apostando na produção local, incentivando-a e oferecendo, ainda, centenas de atividades gratuitas na área artística.
Rememorando 2018, Andrade apontou como destaques os cursos realizados pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), no Centro Artístico Cultural (CAC), com o apoio da Procult; o 2º Encontro de Sanfoneiros e Tocadores de Fole de Oito Baixos; o Forró da Resistência; a Noite de Gonzagão – In Memoriam Floro Albuquerque; o Fórum Forró de Raiz e o Festival de Artes de Participação Popular (Farpas), promovido pelo Câmpus V. Falando em momentos importantes no decorrer do ano, o pró-reitor assinalou como exemplo a mudança nas exposições do Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), denominadas “O Barro: De Adão ao Artesão”, “Naquele São João – Antônio Barros & Cecéu”, e “Paraíba – Berço da Poesia Popular”, além do êxito de iniciativas como o “Palco do Choro” e o “Cantoria no Museu”, recentemente integrado à programação.
A expressiva demanda pelas oficinas de Arte do CAC, o Bloco da Cinquentinha, pela primeira vez tomando as ruas do Centro da cidade, as apresentações diversas feitas pelos professores e alunos do CAC, contribuindo para a expansão e descentralização dos bens culturais, e a consolidação de parcerias com projetos notáveis no cenário campinense, como o Tamanquinho das Artes e o São João do Carneirinho, efetivados pelo Instituto de Arte, Cultura e Cidadania – Solidarium, também foram elencados pelo docente como pontos altos de 2018.
“Em 2019 prosseguimos com as melhores expectativas. Há o centenário de Jackson do Pandeiro, um dos maiores nomes da nossa música, que terá um forte engajamento da UEPB e já é um grande motivo de celebração neste ano. Contudo, não podemos deixar de ter em conta essa atmosfera de medo, causada pelo programa político do atual presidente do Brasil, que deixa clara sua antipatia à cultura de raiz, aos quilombos, ao engenho da arte indígena, de tudo que é genuinamente popular. Assim, teremos o desafio de construir um universo de harmonia, por meio dos instrumentos artísticos de que dispomos, para levar ao povo a garantia e a esperança de que dias melhores virão. Não é a primeira vez que a Arte funcionará como um alento em um contexto de infortúnio”, explicou. Andrade acrescentou que a UEPB será uma aliada, companheira destemida da população nesse processo.
“Também desejamos que o novo gestor do Estado crie um elo colaborativo com a Instituição, afinal a UEPB é uma agente preponderante no que se refere ao desenvolvimento. Sendo reconhecida e respeitada, a Universidade poderá oferecer muito mais do que as milhares de ações que hoje oferta, mesmo passando por adversidades”, finalizou.
Centro Artístico: mais de 900 alunos em 2018
O Centro Artístico Cultural da UEPB promoveu 13 cursos em 2018, beneficiando mais de 900 pessoas. Oficinas de Teatro infantil e adulto, Desenho e Pintura, Filarmônica, Canto Coral, Percussão Regional, Violão, Dança de Salão, Acordeom, Sanfona de Oito Baixos, Ballet e Dança do Ventre foram algumas atividades ministradas no Centro.
Como lócus de efervescência, o CAC sediou dezenas de apresentações e eventos artísticos e sociais, a exemplo de encontros semanais para ensaios e reuniões da Companhia de Projeções Folclóricas Raízes, do Grupo Bodopitá Playback Theatre, da Escola Mukambu Capoeira Angola, Curso de Libras, dado pela Associação de Surdos de Campina Grande, encontros do Grupo Maracagrande, bem como o Projeto de Extensão Yoga e Qualidade de Vida, sob a coordenação do professor Andrei Guilherme Lopes. Bastante movimentado no Centro, 2018 trouxe ainda o V Chá Rosado, o Festival Atos de Teatro Universitário, exibições do XII Comunicurtas da UEPB e o IV Fórum de Controle de Dependência Química, entre outros.
O Centro é responsável, igualmente, pelo fornecimento de atrações culturais para a realização de inúmeras práticas disponibilizadas pela UEPB, assim como por outros órgãos públicos e instituições de ensino do Estado. Assim, algumas participações dos artistas da UEPB, este ano, deram-se no III Encontro de Educação, Ciência e Tecnologia, na Semana de Agroecologia, no Aniversário da Cidade de Serra Branca, no evento Maio Amarelo, efetuado pela Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) e a Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos (STTP), no II Congresso Internacional de Direitos Humanos, no São João do Grupo de Apoio ao Paciente Oncológico (Gapo) e na VIII Mostra de Teatro e Dança do Cariri.
Mais de 27 mil visitas no Museu de Arte Popular da Paraíba
Em 2018, beleza e conteúdo continuaram permeando os pandeiros de concreto e vidro imaginados por Oscar Niemeyer. No total, 27.504 pessoas estiveram no Museu de Arte Popular da Paraíba no ano passado. Compuseram esse quadro, turistas nacionais e estrangeiros, docentes, estudantes, moradores de Campina e de áreas circunvizinhas.
Como de hábito, devido às festividades do Maior São João do Mundo, o mês de junho obteve a maior visitação, com 7.490 visitantes. No que se relaciona às pessoas oriundas de outros países, houve registros de visitações da Alemanha, Argentina, Austrália, Chile, Colômbia, Cuba, Estados Unidos e França, entre outros.
Durante o ano de 2018, 141 instituições de ensino estiveram no Museu, tendo suas visitas mediadas pelos monitores que integram o Projeto de Extensão intitulado “Informação e Interação no MAPP: Suporte de Atenção aos Visitantes”, coordenado pela professora Cássia Lobão Assis. Atualmente, o MAPP conta com 14 monitores, que contextualizam em detalhes cada exposição do Museu.
No período, o MAPP contabilizou 17 lançamentos de livros e uma média de 55 apresentações artísticas gratuitas. Seminários e palestras, igualmente, trouxeram movimentação ao Museu por todo o ano. Além disso, o hall do térreo permaneceu dinâmico em 2018, com grupos de Hip Hop, Break e de esportes em geral, encontrando-se praticamente todos os dias no local.
Em janeiro, o MAPP está funcionando em horário diferenciado. De terça a sexta-feira, o Museu abre às 13h e encerra suas atividades às 19h. Já aos sábados e domingos o funcionamento vai das 14h às 18h. Como de costume, as segundas-feiras são reservadas à manutenção.